sábado, 26 de junho de 2010

As Vuvuzelas em diversas texturas

Eu sei que a África do Sul é um país muito pobre, que foi gasto um mar de dinheiro na construção de estádios, campos de treinamentos, hotéis, ao invés de destinar todo esse “cascalho” à erradicação de doenças, da fome naquele país/região/continente. Mas pense bem: pode ser um esporte idiota, onde 22 homens ficam correndo atrás de uma bola, dois retardados ficam gritando ao lado do campo, e sem contar, os 40 mil empuleirados nas arquibancadas, mas o futebol, exclusivamente a Copa do Mundo, é um dos poucos espetáculos (além das Olimpíadas) que é capaz de mobilizar o mundo e unir nações.
A Copa é muito mais do que, simplesmente, futebol. É uma troca intensa de energia, o plasma em movimento invisível em direção ao cosmo. A ebulição intensa de sentimentos, pensamentos, ideais, a troca silenciosa de emoções. Não há quem não aprenda com a Copa – a não ser os ranzinzas que se escondem nos cantos da sala onde, no centro, o mundo gira.
Pense comigo...
A rede de TV africana responsável pela transmissão gerou a imagem. 192 países assistiram simultâneamente a estreia da seleção brasileira no mundial. Todos olharam para o mesmo campo, ao mesmo tempo, para a mesma bola. Do “lado de cá”, eu, patriota, com um copo de guaraná, torcia pelo Brasil, no jogo contra a Coreia do Norte. Do “lado de lá”, do outro lado do planeta, em Pyongyang, o temido primeiro-ministro coreano Choe Yong Rim, cercado por oficiais do exército nacional: ele olhava fixo para a TV. Sinto que naquele momento Barack Obama também tenha dando uma espiada na partida. Mandela tenha bocejado em sua sala. Um terrorista taleban tenha sorrido com um drible de Kaká... e na tribuna de honra do estádio, o craque francês Zidane aplaudiu o gol do lateral direito brasileiro Maicon. Na sala eu gritei. Na Coreia do Norte, Yong Rim proibe a mídia local de repassar à população o resultado negatico de seu “scratch”. A rainha da Inglaterra arrotou um odor de queijo misturado com chá preto. O twitter ficou fora do ar, e o New York Times queria saber “WhatafãquinRél is ‘CALA A BOCA GALVAO’”. Bingo, o mundo se uniu.
Quem vai ganhar? Quem vai perder? Quem vai sofrer? Quem vai chorar? Sério! Vou sentir falta da Copa do Mundo.
Ah! E das piadas envolvendo a Vuvuzela.

2 comentários:

bruna disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
bruna disse...
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