sexta-feira, 30 de março de 2007

É a Capital

Vou eu, costurando a massa, “zig-zagueando” em meio a borbulhante multidão do centro de Porto Alegre. Pegando o panfleto, desviando das pessoas que descem a Borges de Medeiros em direção ao Mercado Público, cais do porto ou qualquer ruela com marquises pichadas, cuidando para não tropeçar nos pedintes e conferindo alguns itens no “Shop-Chão”, que estreitam ainda mais a Rua dos Andradas... sigo em fila com outros milhares na direção do Pôr do Sol, que reluz refletido nos altos prédios do seio da Capital.

Salve o verde e o cheiro do Ipê roxo, perfuma o centro, ó minha amiga figueira. É incenso, lavanda, é jasmim, é assim mesmo que se colore a Vida. É de cabeça erguida que se enxerga o horizonte. Lá vou eu, navegando, surfando... eu sou o Sol. Pensando, piloto a mente, e sei que quem mente pra própria mente, nem mesmo se entende no Coração. Mente quieta e espinha ereta, sou grão de areia na multidão, borbulho a goma de cor e massa, vejo em quem passa por mim a pressa, por isso corro, veloz na mente... é a Capital.