Me pego hoje com a pena em punho. Com pena de apunhalar o punho de pena.
Ao folhar a revista Rolling Stones nº 20, do corrente mês, minha vó indagaria, num ar de cigarros "pra onde esse mundo vai?", observando a saraivada de fotos estilosas, estampadas na celulose com cheiro de tinta fresca.
Desesperadamente, as pessoas querem aparecer, parecer mais "cool", rebelde, donas de si mesmas, exalando a fragrância da utopia de "ser diferente". Diferente(?) de quem?
Gente que desdenha uma banda que conheceu/achou sensacional 5 minutos antes da fama, só porque ela atingiu a fama, não deve ser levada a sério.
Lá vai o mundo, as pessoas, os seres hu(manos), rumo ao desconhecido, ao desconhecimento, na contra-mão da sua própria verdade, a sua essência, o seu plano terrestre.
Se, ser diferente(?) for vestir um uniforme, a roupa igual a que veste outras pessoas de roupa, me pego a admirar a minha vó, car-pin(an)do a horta dos fundos de casa, trajando uma saia de lã marrom, alpargatas campeiras, camiseta do mickey e rádio velho ligado em uma AM qualquer.
Ela sim é diferente!
Vielen Danke!
Foto: clássico freqüentador do Porão do Beco.